Ave Lippi, L'Imperatore del calcio
A Itália comandada por Marcelo Lippi é campeã da Copa de 2006 com méritos. Bateu os franceses nos penaltis (foi a quinta vez que a Itália enfrentou a disputa de penaltis em Copas, a segunda na final e a primeira vez que vence). A Itália foi melhor o jogo todo e poderia ter vencido no tempo regulamentar. A forte marcação italiana anulou a França, que foi beneficiada por um penalti inexistente marcado pelo árbitro argentino Elizondo (que foi mal, deixou de marcar um penalti existente a favor da França e deu dois amarelos para o francês Diarra) logo no incício do jogo. O zagueiro artilheiro Materazzi (o símbolo da conquista italiana) empatou de cabeça em escanteio cobrado por Pirlo (um replay do gol feito contra os EUA na 1ª fase) e a Itália poderia ter feito mais um, em cabeceio de Luca Toni, mas os deuses da bola e o travessão não deixaram. No segundo tempo, Luca Toni cabeceou para as redes de Barthez, mas o juiz corretamente assinalou impedimento. Na loteria dos penaltis, Trezeguet falhou, acertando o travessão. Travessão que teve papel decisivo na final da Copa: o penalti de Zidane beijou o travessão antes de entrar; o golpe de cabeça de Toni atingiu a baliza superior e impediu a virada italiana; e, no fim, o artilheiro Trezeguet (que na Euro 2000 fora o carrasco italiano com um gol de ouro) acertou a moldura e fez a França chorar e a Itália comemorar.
A Itália agora possui 4 títulos mundiais, o primeiro ganho na disputa dos penaltis (em 94 a Itália perdeu pro Brasil nos penaltis). Os franceses conquistatam o vice-campeonato pela primeira vez. Pela primeira vez sentiram o gosto amargo de uma derrota em final de Copa (os italianos já haviam perdido as finais de 70 e 94, ambas para o Brasil). Domenech (que tem nome de conhaque, não de técnico) disse após o jogo que o resultado foi injusto e a França merecia ganhar. Perdeu porque foi arrogante. Porque achou que poderia ganhar a qualquer momento. O vírus da empáfia brasileira contagiu os franceses.
Marcelo Lippi coroou sua já consagrada carreira com classe e sabedoria. Soube tirar o melhor do elenco que levou à Copa (usou todos os jogadores, à exceção dos 2 goleiros reservas). Soube comandar o grupo e levá-lo ao título, apesar do gravíssimo momento vivido pelo futebol italiano, abalado por denúncia de corrupção que envolve os principais times e dirigentes (inclusive o filho de Lippi, que é manager de jogadores italianos). Lippi provou que técnico ganha jogo. Fez inúmeras mudanças no time, enfrentou situações dificílimas como a expulsão de De Rossi e a contusão de Nesta, no lugar de quem entrou Marco Materazzi, zagueiro truculento e açougueiro nas horas vagas, que fez uma Copa brilhante, marcando 2 gols, um deles na final. O destaque do time italiano é a defesa, com: Gigi Buffon em explêndida forma, seguro, elástico; Zambrotta firme na marcação e incisivo no apoio; Fábio Cannavaro, o melhor zagueiro da Copa, impecável, preciso, cirúrgico, o rei das antecipações, o centurião romano que liderou com elegância um exército de bravos e provou que zagueiro também pode jogar bonito; Materazzi, o gladiador artilheiro (que além do gol no tempo normal, converteu em gol a cobrançade penalti); e Grosso, que de grosso não tem nada, teve participação decisiva na campanha vitoriosa, especialmente nos jogos contra Austrália (sofreu o penalti, que Totti converteu, dando a vítória aos italianos por 1x0) e Alemanha (fez o primeiro gol contra a Alemanha no final da prorrogação) e na final (fez uma boa partida e converteu um dos penaltis italianos). Merecem destaque ainda Gattuso (um Amaral melhorado) e Pirlo, um meio-campista que sabe marcar e armar o jogo, além de bater bem na bola. Os atacantes italianos não empolgaram, deram pro gasto e nada mais.
Marcelo Lippi é o Julius Ceasar do futebol. Hoje ele conquistou sua coroa de louros em Berlim e devolveu a Roma o triunfo e a glória perdidos. Ao menos pelos próximos 4 anos.
Ave Lippi, quid morituri te salutant!
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