Estação Libertar *****

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Monday, July 03, 2006

Vade retro, Barreira!

Passada a ressaca moral, as idéias e conceitos a respeito da participação brasileira na Copa, em especial o papel desempenhado pelo coach Mr. Barreira, vão sendo decantados, permitindo uma melhor compreensão do que se passou. Tinha para mim até antes de começar a Copa que a seleção brasileira de 90 havia sido a mais medíocre que minha geração (nascida a partir de 70) havia visto. Mudei de opinião. A selecinha do Barreira de 2006 conseguiu ser mais medíocre do que a do Lazaroni.
Barreira conseguiu algo que era inconcebível: fez, de um punhado de craques, uma equipe pobre, desorganizada, sem alma. Tantas e tamanhas potencialidades desperdiçadas nas mãos de alguém incapaz de transformá-las em time, em equipe, em jogo coordenado, em futebol solidário e eficaz (nem precisava fantasia, arte ou mesmo mágica quadrada).
Barreira foi incapaz. Foi não, é incapaz. E o título de 94, obtido a custa de um futebol feio e da sorte grande na loteria dos penaltis é a prova viva, reconfirmada pela tragédia do Waldstadiun, ponto culminante da trágica campanha de 2006.
Barreira foi incapaz de formar uma equipe vencedora, apesar de ser autor da consagrada obra "Como formar equipes vencedoras" (mostrou-se ghost writer também como técnico). Foi incapaz de dar padrão de jogo ao time (foi covarde para fazer substituições e quando as fez, retardou-as de modo a torná-las inócuas). Foi incapaz de fazer um único e mísero coletivo ao longo de toda a preparação para a Copa (só "treino alemão", usando a metade do campo). Foi incapaz de dar ao time um preparo físico decente (a equipe mostrou-se sem força física em todos os jogos, especialmente nos dois últimos), logo ele, que é professor de educação física e começou sua carreira como preparador físico. Foi incapaz de unir o grupo, que se dispersou em egotrips e busca de recordes pessoais (Barreira, inclusive, fez questão de lembrar que ele é o técnico que mais dirigiu o Brasil em Copas). Foi incapaz de se impor como o Grande Timoneiro que todo técnico precisa ser (vide Felipão). Foi incapaz de barrar Cafu (que fez a pior partida de sua carreira contra a França nesta Copa, fez a falta que redundou no gol francês e cujo reserva estava gastando a bola, no auge da forma) e Roberto Carlos (cuja inexplicável e patética lassidão permitiu que Henry tivesse toda a tranquilidade para golpear a bola com classe e estilo únicos e sair pro abraço, coroando, assim, sua ridícula atuação na Copa e, queiram os deuses, pontofinalizando sua participação no escrete canarinho). Foi incapaz de fazer o time vibrar (ao contrário de Felipão). Foi incapaz de fazer o time jogar bem (nem precisava dar espetáculo). Foi incapaz de dar brios ao time (mas deu apatia, soberba, presunção, arrogância). Foi incapaz, mesmo após a vergonhosa derrota e a ordinária campanha, de reconhecer o desastroso fracasso ("perdemos apenas 1 partida"!?; "o gol da França saiu de uma jogada de bola parada"!???). Foi incapaz de, com dignidade, pedir demissão porque falhou em sua missão (ao contrário de Pekerman), mesmo sendo público e notório que ele já foi demitido.
Acabou a Era Barreira, RIP. Já vai tarde. Muito tarde.

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